Os quatro evangelhos canônicos mencionam a Maria Madalena presente na crucificação, a mulher que recebe seus ensinamentos espirituais e “se volta para o bem”, a mulher que é exorcizada de sete demônios, a que é salva de ser apedrejada por seus pecados, a ser a primeira a testemunhar a ressurreição de Yeshua e a mulher bonita e ousada que o unge com nardo um óleo essencial caro e chora aos seus pés e os seca com seu cabelo, um ato revolucionário na época!!
Os evangelhos patriarcais incluíram cenas com significado espiritual simbólico, mas jogaram fora e distorceram, silenciaram e invisibilizaram seus significados, minimizando sua importância, seu legado e tradição. Mas mesmo as breves menções que são feitas brotaram como sementes na mesma terra que tentaram enterrar Maria Madalena.
As mulheres judias da época eram muito conservadoras, o cabelo solto em público teria sido considerado pouco ortodoxo e arriscado e a idéia dela estourar em um jantar formal com um homem solteiro e seus amigos, com o cabelo solto, chorando de amor e ungi-lo seria extremamente revolucionário!!
Se Madalena fosse uma mulher casada, ou uma sacerdotisa da Deusa faria muito mais sentido, Sacerdotisas não eram constrangidas pelas tradições patriarcais da época, elas eram conhecidas por rituais de unção sensuais e ungiam aquelxs que estavam prestes a morrer ou receber iniciação espiritual.
Elas lideravam rituais de luto e ritos funerários com choros e lamentações e eram conhecidas por suas exuberantes demonstrações de amor e afeto.
Ela poderia ser o pior pesadelo do patriarcado, uma sacerdotisa selvagem e empoderada?
A mulher espiritual idealizada é definida como alguém humilde, gentil, doadora e pacífica. Madalena inclui esses atributos, mas ela também revela um lado feminino suculento, encarnado, selvagem e apaixonado.
A plenitude do poder de Maria Madalena foi deliberadamente editada fora da história. Agora abrimos novos caminhos e devolvemos o espírito feminino de Maria Madalena ao seu trono legítimo.
Tradução do livro Magdalene Mysteries de Seren e Azra Bertrand
Madalena vive em nós.
Curar o feminino e equilibrar o masculino que nos habita.
Quer vir junto nesse movimento?